A verdade é imprescindível
para o equilíbrio de qualquer tipo de relacionamento. Não existe um meio
termo. Verdade é verdade e pronto! O mesmo se dá com a mentira.
É fato que, em algumas situações, a omissão – que também é uma forma de mentira,
caberia para atenuar o egoísmo do mentiroso ou para proteger alguém de
uma situação que, em determinado momento, não poderia ficar
perfeitamente às claras. Isto se dá em caso de doença graves, ou quanto
uma situação não pode definir-se por motivos alheios à vontade da
pessoa, que é obrigada a omitir alguns fatos. Exemplos? Existem vários:
separações proteladas por desequilíbrio de uma das partes, traições,
gravidez indesejada, incompatibilidade sexual, desfalques cometidos por
amigos ou parentes, desonestidade de um líder religioso ou superior
hierarquico e por aí vão inúmeros exemplos.
Gostaria de deixar claro, que de acordo com minhas premissas, sou uma “defensora da verdade” e não estou dizendo que estou isenta de faltar com ela, pois sou humana e inúmeras vezes tive que me valer da omissão e até mesmo de mentiras, mas em todos os casos sei que a verdade caberia tranquilamente e abreviaria atritos pessoais, psicológico e sociais, pois quando a verdade emerge, mesmo que seja dolorida ou cruel (e na maioria das vezes o é), ela cessa um ciclo, redimindo a quem mentiu de suas culpas, pecados, medos e dá o direito ao enganado de se definir, de se defender, de se colocar de maneira coerente com a verdade que lhe surgiu.
Considero a mentira o maior engodo tanto para quem a profere (que julga estar defendendo a outrem ou a si mesmo, de sofrimentos ou de vexames), quanto para quem é vitimado por este tipo de comportamento, visto que esta inocente pessoa acredita estar lidando com alguém perfeitamente confiável, mas vive em um mundo, uma situação ilusória, inexistente.
O despertar desta quimera normalmente é
catastrófica para ambos os envolvidos, resvalando para os
circunvizinhos. Na verdade, o ideal seria poder conviver
com alguém em quem se acreditasse (mesmo sabendo que poderia cometer alguns
deslizes relativos à verdade, visto que seria humano, como nós o somos) e que acima
de tudo, houvesse confiança para compartilhar as verdades que existem em
seu intimo. Alguém a quem pudéssemos aconselhar e aconselhar-nos, quando surgissem situações onde houvessem dúvidas
se a verdade caberia integral ou mascarada sob formas atenuadas de
pronunciá-las. Numa perfeita simbiose, numa confiança mútua que gerasse
energia positiva para uma convivência harmonica.
Acredito que o amor, o
respeito e acima de tudo a confiança, estão embasados nas verdades
compartilhadas.
É indiscutível: a verdade sempre aparecerá,
independente de nossa vontade e do tempo transcorrido; pois não existe
nada que fique oculto para sempre. E a dor da descoberta de toda uma
verdade, acompanhada do rancor por ter sido enganado, ludibriado por um
longo tempo torna o perdão e a harmonia algo inatingível.
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