É engraçado como
nossos olhos começam a perceber determinadas coisas e situações depois que
temos contato próximo com elas.
Nossas mentes se
comportam como se estivessem cegas, embotadas, para perceber o que sempre
esteve presente em nosso ambiente, mas devido ao desinteresse, o nosso
"foco cognitivo" não conseguia perceber.
Um exemplo disto é
quando compramos determinada roupa, determinado carro, percebemos quantas
pessoas fizeram o mesmo. Da mesma forma só depois que alguém próximo a nós
engravida, começamos a reparar na infinidade de grávidas que estavam ao nosso redor
e nem tínhamos percebido.
O mesmo acontece
nos relacionamentos: quantas vezes nos decepcionamos com pessoas, não por elas
terem descumprido ou desrespeitado algum acordo que tivessem feito conosco, mas
pelo simples fato de esperarmos dela(s) atitudes que nossa própria mente projetava como sendo
a atitude presumível ou desejável (por parte do outro) em determinada situação.
Como poderia alguém
suprir o “vazio universal” que habita em cada de nós? Como alguém pode ser o
responsável por nossa felicidade ou sofrimentos, se estes sentimentos
independem do outro?
Precisamos entender o seguinte,
como pessoas individuais e sociais que somos: todos temos o nosso universo pessoal (e
inconfessável) e, a partir deste reconhecimento, deveríamos entender e
respeitar o universo individual do outro.
Portanto, nossa busca dever ser pelo equilíbrio nos
relacionamentos, respeitando as individualidades, sem que com isto deixemos de
buscar e implementar o aperfeiçoamento da
interseção (quase matemática), que une as pessoas em seus relacionamentos
afetivos e fraternais, evitando invadir os campos alheios ao relacionamento (a individualidade do outro).
A atitude de muito
buscar respostas, procurar evidências e
cobranças em todos os aspectos, levam ao desgaste de qualquer relacionamento. A
atitude inversa (sendo avesso à discussão das falhas ou dos pontos que podem ser
melhorados) também condenam os relacionamentos a finais dramáticos ou ao isolamento
de uma das partes.
Entendamos que a
palavra ISOLAMENTO tem significado negativo e apesar de sinônima da palavra SOLIDÃO, é antagonica a esta. Vejamos os significados:
A palavra ISOLAMENTO é “s.f. Ação ou efeito de isolar. Estado de uma coisa ou de uma pessoa
isolada.”
A palavra SOLIDÃO é “s.f. Estado de quem está só, retirado do mundo; encantos da solidão.”
Reparemos que a
palavra ISOLAMENTO reflete, em
sua definição algo imposto pela própria pessoa ou por outrem. Deixando bem claro um sofrimento implícito,
quase que arrastado.
Em contrapartida a palavra SOLIDÃO tem uma definição mais
suave, na qual a pessoa escolhe estar
“retidada do mundo” e se deleita,
edificando-se com a situação. Tanto que existe um ditado que diz: “Quem aprende
a viver em solidão está pronto a conviver com os outros”.
Observemos que esses
momentos de solidão devem ser bem aproveitados, para a reflexão, o aperfeiçoamento,
a compreensão e aceitação do seu EU como um todo e para o aprimorar o respeito ao universo particular de seus
pares; evitando o “lamuriar-se”, culpar o mundo por seus infortúnios, porque se
assim fosse, este estado não seria
de SOLIDÃO e sim ISOLAMENTO.
Portanto, como
disse no início, só depois de vivenciarmos determinadas situação em nossas
vidas é que nossos olhos serão abertos para contemplar as pessoas e o mundo (com
suas nuances) como realmente são e não com a visão turva e embotada pelo ISOLAMENTO auto-imposto.
Bom final de semana
e um forte abraço!