Embalada ao som de Vercillo, ouvi a seguinte frase: “Foi um devaneio meu, um
veraneio seu. E um outono inteiro em minhas mãos”.
É
curioso como cheiros, cores, sons, frases nos remetem a lembranças e conexões que
julgávamos esquecidas em algum recôndito da alma.
Simultaneamente
com a música, passou um filme mental, no qual revi protagonistas e coadjuvantes
de histórias das quais fui mera espectadora e de outras bem pessoais.
Achei
graça de como as cenas, tanto as vivenciadas pessoalmente, quanto as presenciadas são extremamente
parecidas, independente dos personagens que dão vida a elas.
Relembrei
de quantas vezes foram indulgentes comigo e de tantas outras nas quais concedia a (parca)
indulgência que me fora solicitada; ou a que concedi sem qualquer pedido prévio.
Pensei
nos desejos desenfreados que a humanidade resguarda em seu coração; ou nos que
teimam em praticar justificando-se que: “se estão lá, são para serem satisfeitos”.
Esses
mesmos desejos, quando satisfeitos, geram culpas absurdas ou abrem precedentes
para novos desejos, a serem avidamente perseguidos e alcançados.
E, se não o forem,
geram animosidades com os circunvizinhos, aos quais são imputadas as culpas
pelos fracassos do acusador.
Isto
mostra toda a imaturidade e egoísmo diuturnamente praticado por cada indivíduo:
ora culpando-se por fazer, ora arrependendo-se por não ter feito; ora amargando
remorsos por magoar a quem amam, ora magoando propositalmente, com o único fito
de saber-se seguro de algo que nem sequer suspeitam o que seja.
Quantos
“devaneios” já vivenciamos, enquanto fomos ‘veraneios” para alguém? E
quantas vezes os papéis foram invertidos e vivíamos “veraneios”, enquanto éramos
objeto dos devaneios de alguém?
Sejamos
mais indulgentes, tanto para com o próximo, quanto para consigo mesmo; entendendo que
culpas e arrependimentos são consequências da vida e do convívio humano.
As estações do ano são constantes e seguem seu fluxo contínuo
e imutável, inversamente proporcional ao coração humano que é inconstante,
desconfiado, incoerente e IMPREVISÍVEL.
Mas, se ao contrário de todas as probabilidades, deparar-se com o dádiva de viver um "devaneio", exatamente no mesmo momento e com a mesma pessoa que vive um "devaneio" por você: sorria, aproveite, compartilhe, ame e usufrua deste encontro equilibrado e raro de duas almas que sentem e convergem na mesma direção.
Pois contra este sentimento perene e único, não existem outonos (nem mesmo invernos) que possam conspirar...
Pois contra este sentimento perene e único, não existem outonos (nem mesmo invernos) que possam conspirar...
Precioso sitio!
ResponderExcluirCon tu permiso me quedo para seguirte, te deseo una hermosas fiestas llenas de paz y armonía junto a tus seres más queridos!
Abrazos infinitos desde Uruguay!
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http://perfumederosas-cristina.blogspot.com/
Olá, Cristina!
ExcluirAgradeço tua visita e comentário. Volte sempre que quiser...Já retribui a tua gentileza, com visita e comentário. Teu blog é muito lindo.
Bom Natal para voce e tua família. Um grande beijo do Brasil!